sábado, 31 de janeiro de 2009

INCERTEZAS DO CAMINHO

A imensidão do mundo, para alguns, é prova da existência de Deus. Para outros, um exemplo do processo de evolução da Terra. Em Dover, na Pensilvânia - EUA – o aluno de 18 anos diz: “todos nos viemos de Deus. Os jovens não deviam aprender que o homem veio do macaco”. A estudante de 14 anos discorda: “nos não temos que aprender religião na sala de aula. Especialmente na classe de biologia”. A discussão que começou na escola terminou nos tribunais e chamou a atenção do país inteiro. Onze casais que tem filhos no colégio processaram o Conselho de Educação e Cultura de Dover porque, agora, os professores de biologia são obrigados a dizer que a evolução natural, de Charles Darwin não é a única teoria a respeito da teoria da origem da vida. Eles têm que mencionar, também, o criacionismo.
Os criacionistas dizem que os animais se tornaram cada vez mais complexos porque algum desenhista muito inteligente fez mudanças em varias fases da evolução. O pastor Warren Eschbach diz: Naturalmente, os alunos vão querer saber quem foi esse desenhista. E o nome de Deus vai surgir.
O caso foi julgado e o juiz vai dar o veredicto no mês que vem. E o presidente George Bush diz que a tese deve ser apresentada nas escolas, ao lado da teoria da evolução natural. O Museu de Historia Natural de Nova Iorque entrou no debate.
A opinião dos americanos sempre esteve dividida. Metade acredita no criacionismo e a outra metade na teoria da evolução natural. Em um momento de tanto debate no país, uma exposição no museu defende, com veemência, as teorias de Charles Darwin.


A mostra conta como Darwin chegou às conclusões que revolucionaram a ciência. Desde criança, ele era fascinado pela natureza. Na América do Sul, viu diferentes tipos de plantas e animais. Tartarugas com um casco que lhe permitia levantar o pescoço se alimentavam de plantas mais altas. Ma, nas ilhas de vegetação rasteira, elas tinham cascos em forma de cúpula que as obrigava a comer de cabeça baixa.
Darwin notou diferenças e muitas semelhanças em vários grupos de animais. Foram cinco anos de expedição e outros 20 para escrever o livro “a origem das espécies”. Neste explicou que os animais que melhor se adaptam ao meio ambiente são os que sobrevivem, e são estes que passam suas características às gerações seguintes.
O Museu mostra, lado a lado, os esqueletos de vários mamíferos. Embriões de morcego, rato e cavalo. Quase idênticos a não ser no tamanho. Prova de que os animais têm ancestrais comuns.
Ellen Futter, diretora do Museu, diz que a discussão sobre o ensino do criacionismo revela o baixo nível do conhecimento e da educação cientifica nos Estado Unidos. Na competição mundial de conhecimentos sobre matemática e ciência, os alunos da maior potencia mundial ficaram em 17º lugar.
Os Estados Unidos, que chegaram primeiros à lua e inventaram o computador, agora estão contestando, nas escolas, a teoria que explica a origem e a evolução da vida na Terra. Esta semana os criacionistas de Dover perderam nas urnas. Os oitos republicanos que defendiam a teoria perderam a eleição para o Conselho de Educação. Oito democratas foram eleitos para o lugar deles.
O reverendo Pat Robertson ameaçou os moradores da cidade depois da eleição: se houver um desastre na região de vocês, não peçam ajuda a Deus, pois vocês acabaram de rejeitá-lo. Mas o pastor Eschbach não vê conflito entre religião e ciência. Diz que a criação do mundo em sete dias e do homem a partir de Adão e Eva, são simbolismos bíblicos, que não foram escritos para serem levados ao pé-da-letra. “A bíblia não foi escrita para se tornar um livro cientifico do século 21”, diz.
Fonte: Fantástico.Globo.com. 20 de novembro 2005

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