sábado, 31 de janeiro de 2009

DESIGN INTELIGENTE

Sob a orientação misericordiosa e sábia do Cristo, laboravam na Terra numerosas assembléias de operários espirituais.
Como a engenharia moderna, que constrói um edifício prevendo os menores requisitos de sua finalidade, os artistas da espiritualidade edificavam o mundo das células iniciando, nos dias primevos, a construção das formas organizadas e inteligentes dos séculos porvindouros.
O ideal da beleza foi a sua preocupação dos primeiros momentos, no que se referia às edificações celulares das origens. É por isso que, em todos os tempos, a beleza, junto à ordem, constituiu um dos traços indeléveis de toda a criação.
As formas de todos os reinos da natureza terrestre foram estudadas e previstas. Os fluidos da vida foram manipulados de modo a se adaptarem às condições físicas do planeta, encenando-se as construções celulares segundo as possibilidades do ambiente terrestre, tudo obedecendo a um plano preestabelecido pela misericordiosa sabedoria do Cristo, consideradas as leis do principio e do desenvolvimento geral.
Uma camada de matéria gelatinosa envolvera o orbe terreno em seus mais íntimos contornos. Essa matéria, amorfa e viscosa, era o celeiro sagrado das sementes da vida. O protoplasma foi o embrião de todas as organizações do globo terrestre, e, se essa matéria, sem forma definida, cobria a crosta solidificada do planeta, em breve a condensação da massa dava origem ao surgimento do núcleo, iniciando-se as primeiras manifestações dos seres vivos.
Os primeiros habitantes da Terra, no plano material, são as células albuminóides, as amebas e todas as organizações unicelulares, isoladas e livres, que se multiplicaram prodigiosamente na temperatura tépida dos oceanos.
Com o escoar incessante do tempo, esse seres primordiais se movem ao longo das águas, onde encontram o oxigênio necessário ao entretenimento da vida, elemento que a terra firme não possuía ainda em proporções de manter a existência animal, antes das grandes vegetações; esses seres rudimentares somente revelam um sentido, o do tato, que deu origem a todos os outros, em função de aperfeiçoamento dos organismos superiores.
Decorrido muito tempo, eis que as amebas primitivas se associam para a vida celular em comum, formando-se as colônias de infusórios, de polipeiros, em obediência aos planos da construção definitivos do porvir emanados do mundo espiritual onde o progresso da Terra tem a sua gênese.
O reino vegetal e animal parecem confundir-se nas profundidades oceânicas. Não existem formas definidas nem expressão individual nessa sociedade de infusórios; mas, desses conjuntos singulares, formam-se ensaios de vida que já apresentam caracteres e rudimentos dos organismos superiores.
Milhares de anos foram precisos aos operários de Jesus, nos serviços da elaboração paciente das formas. A principio, coordenam os elementos da nutrição e da conservação da existência. O coração e os brônquios são conquistados e, após eles, formam-se os pródromos celulares do sistema nervoso e dos órgãos da procriação, que se aperfeiçoam, definindo-se nos seres.
A atmosfera ainda está saturada de umidade e vapores, e a terra sólida está coberta de lodo e pântanos inimagináveis. Todavia, as derradeiras convulsões interiores de orbe localizam os calores centrais do planeta, restringindo a zona das influências telúricas necessárias à manutenção da vida animal.
Esses fenômenos geológicos estabelecem os contornos geográficos do globo, delineando os continentes e fixando a posição dos oceanos, surgindo desse modo, as grandes extensões de terra firme, aptas a receber as sementes prolíficas da vida.
Os primeiros crustáceos terrestres são um prolongamento dos crustáceos marinhos. Seguindo-lhe as pegadas, aparecem os batráquios que trocam as águas pelas regiões lodosas e firmes.
Nessa fase evolutiva do planeta, todo o globo se reveste de vegetação luxuriante, prodigiosa, de cujas florestas opulentas e desmesuradas as minas carboníferas dos tempos modernos são os petrificados vestígios.
Nessa altura, os artistas da criação inauguram novos períodos evolutivos no plano das formas. A natureza torna-se uma grande oficina de ensaios monstruosos. Após os répteis, surgem os animais horrendos das eras primitivas.
Os trabalhadores do Cristo, como os alquimistas que estudam a combinação das substancias na retorta de acuradas observações, analisavam, igualmente, a combinação prodigiosa dos complexos celulares, cuja formação eles próprios haviam delineado, executando, com as suas experiências, uma justa aferição de valores, prevendo todas as possibilidades do porvir.
Todas as arestas foram eliminadas. Aplainaram-se dificuldades e realizaram-se novas conquistas. A máquina celular foi aperfeiçoada no limite do possível em face das leis físicas do globo. Os tipos adequados a Terra foram consumados em todos os reinos da Natureza, eliminando-se os frutos teratológicos e estranhos do laboratório de suas perseverantes experiências.
A prova da intervenção das forças espirituais, nesse vasto campo de operações, é que, enquanto o escorpião, gêmeo dos crustáceos marinhos, conserva até hoje, de modo geral, a forma primitiva, os animais monstruosos das épocas remotas, que lhe foram posteriores, desapareceram para sempre da fauna terrestre, guardando os museus do mundo as interessantes reminiscências de suas formas atormentadas.
O reino animal experimenta as mais estranhas transições no período terciário sob as influências do meio e em face dos imperativos da lei de seleção.
Mas, o nosso raciocínio ansioso procura os legítimos antepassados das criaturas humanas nessa imensa vastidão do proscênico da evolução do homem.
Onde está Adão com sua queda do paraíso? Debalde nossos olhos procuram, aflitos, essas figuras lendárias, com o propósito de localizá-las no Espaço e no Tempo. Compreendemos, afinal, que Adão e Eva constituem uma lembrança dos Espíritos degredados na paisagem obscura da terra, como Caim e Abel são dois símbolos para a personalidade das criaturas.
Examinada, porém, a questão nos seus prismas reais, vai encontrar os primeiros antepassados do homem sofrendo os processos de aperfeiçoamento da Natureza.

No período terciário a que nos reportamos, sob a orientação das esferas espirituais notavam-se algumas raças de antropóides no Plioceno inferior. Esses antropóides, antepassados do homem terrestre, e os ascendentes dos símios que ainda existem no mundo tiveram a sua evolução em pontos convergentes, e daí os parentescos sorológicos entre o organismo do homem moderno e o do chimpanzé da atualidade.
Reportando-nos, todavia, aos eminentes naturalistas dos últimos tempos, que examinaram meticulosamente os transcendentes assuntos do evolucionismo, somos compelidos a esclarecer que não houve propriamente uma “descida da arvore”, no inicio da evolução humana.
As forças espirituais que dirigem os fenômenos terrestres sob a orientação do Cristo estabeleceram, na época da grande maneabilidade dos elementos materiais, uma linhagem definitiva para todas as espécies, dentro das quais o principio espiritual encontraria o processo de seu acrisolamento, em marcha para a racionalidade. Os peixes, os répteis e os mamíferos tiveram suas linhagens fixas de desenvolvimento e o homem não escaparia a essa regra geral.
Os antropóides das cavernas espalharam-se, então, aos grupos, pela superfície do globo no curso vagaroso dos séculos, sofrendo as influências do meio e formando os pródromos das raças futuras em seus tipos diversificados; a realidade, porém é que as entidades espirituais auxiliaram o homem do sílex, imprimindo-lhe novas expressões biológicas. Extraordinárias experiências foram realizadas pelos mensageiros do invisível. As pesquisas recentes da Ciência sobre o tipo de Neanderthal, reconhecendo nele uma espécie de homem bestializado, e outras descobertas interessantes da Paleontologia em relação ao homem fóssil, são uns atestados dos experimentos biológicos a que procederam aos prepostos de Jesus, até fixarem no “primata” as características aproximadas do homem futuro.
Os séculos correram o seu velário de experiências penosas sobre a fronte dessas criaturas de braços alongados e de pelos densos. Até que um dia, as hostes do invisível operaram uma definitiva transição no corpo perispiritual pré-existente dos homens primitivos, nas regiões siderais e em certos intervalos de suas reencarnações. Surgem assim os primeiros selvagens de compleição melhorada, tendendo à elegância dos tempos do porvir. Uma transformação visceral verifica-se então na estrutura dos antepassados da raça humana.
Fonte: Livro ”A Caminho da Luz” pelo espírito Emmanuel
e psicografia de Francisco Candido Xavier.

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